quarta-feira, 8 de outubro de 2014

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Ela tinha uma voz que eu sentia na pele. E quando eu pensava nela parecia que a morte passeava em volta e eu nem havia escutado a realidade e já me via fazendo poemas e calçando o chinelo que nem meu era, mas que cabia em mim, assim que acordasse em sua cama com vontade de não sair. Doença.

Eu me apaixonei no mesmo segundo. Assim que vi seu retrato eu já imaginava o que tinha na alma e o gosto que tinha naquela boca meio aberta.
Eu podia ver sua língua e imaginar a textura dela passeando entre minha barriga e meu pescoço. Era uma zona grande pra procurar sensações. E eu achava todas e todo toque imaginado sustentava o coração e eu me mantinha naquele verso, naquele ritmo novo sem tempo e sem toque.

Doença; paixão.

E a primeira verdade era que vinha dela. Ela é uma energia gigante e pura. Troquei de amor naquele segundo. No instante entre o Oi e o Olá. Era você que eu queria beijar a vida inteira. Eu já sabia que era e você também sentia. Porque fazia poesia com um dia feio e se sentia feliz por saber que o que eu escrevi a partir dali pra sempre foi teu.
E o sempre existe no agora. E nos contos e nos dias de confissões depois de perceber que o choro de saudade vai ser sentido só;

na solidão.

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