quarta-feira, 15 de abril de 2015

O movimento
dói. A respiração
não tem ritmo. As vezes fecha a boca e mesmo assim o
nariz não respira.

Suicídio ou distração.

(?)

O dedo trava. A coluna incomoda e a velhice
não chega.

As palavras não dizem e nem mente,
mas escolhem o
silêncio.

A câmera dispara
sozinha e a vida se guarda num cartão

sem memória.
E as vezes acaba a luz.

Alguém rabisca o céu com giz de cera
de ouvido.
E as palavras não dão em nada,
nem pingo.

A bolsa se guarda.

Então me leva pra sua casa e
eu me levo pro
teu quarto.
E me lavo no teu banho.

O cheiro dos moveis, o inseto morto
na janela e a TV ligada na casa do vizinho. Tudo tem gosto de
abandono e
perfeição.

Tu me goza e eu me lembro do
corpo, das mãos na parede... Dos pés frios com a unha mal
feita. Do gosto da sua boca quase seca.

Cadê o esqueiro?

Sublime.
Surto.
Suja.
Sonho.

E a inspiração não se
incomoda e a respiração,
ainda sem perceber, se atrapalha.