O movimento
dói. A respiração
não tem ritmo. As vezes fecha a boca e mesmo assim o
nariz não respira.
Suicídio ou distração.
(?)
O dedo trava. A coluna incomoda e a velhice
não chega.
As palavras não dizem e nem mente,
mas escolhem o
silêncio.
A câmera dispara
sozinha e a vida se guarda num cartão
sem memória.
E as vezes acaba a luz.
Alguém rabisca o céu com giz de cera
de ouvido.
E as palavras não dão em nada,
nem pingo.
A bolsa se guarda.
Então me leva pra sua casa e
eu me levo pro
teu quarto.
E me lavo no teu banho.
O cheiro dos moveis, o inseto morto
na janela e a TV ligada na casa do vizinho. Tudo tem gosto de
abandono e
perfeição.
Tu me goza e eu me lembro do
corpo, das mãos na parede... Dos pés frios com a unha mal
feita. Do gosto da sua boca quase seca.
Cadê o esqueiro?
Sublime.
Surto.
Suja.
Sonho.
E a inspiração não se
incomoda e a respiração,
ainda sem perceber, se atrapalha.